São Paulo tem só 35 táxis acessíveis para uso de cadeirantes

21/11/2010 – 03h00
CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Lançado com alarde pela Prefeitura de São Paulo no início de 2009, o programa de táxis acessíveis patina. De 80 alvarás previstos para carros adaptados, só 35 estão em uso –a frota de táxis na cidade é de 32.611 veículos e o número de pessoas com deficiências supera 1 milhão.

Os motoristas reclamam que, além de terem de gastar R$ 32 mil em adaptações, acabam punidos pelo poder público: muitos passaram a pagar IPVA, imposto do qual o taxista paulistano é isento.

Quando o programa começou, o taxista Marcelo Freitas, 38, foi um dos primeiros a circular com seu carro de teto elevado, piso especial e elevador para cadeirantes.

Há um mês, pensou: “Deixa eu sair logo, enquanto dá tempo”. Desistiu do negócio. “Estava dando prejuízo e dor de cabeça, eu não queria ficar com o nome sujo”, diz.

Não existe divulgação dos serviços nem pontos de atendimento especiais. Dos 35 táxis adaptados, dez são motoristas autônomos e 25 fazem parte de frotas, segundo a prefeitura.

De acordo com Ricardo Auriemma, 40, presidente da associação das frotas de táxi, o serviço ainda não dá lucro, mas também já não dá mais prejuízo para as empresas.

Pessoas com deficiência que querem ou precisam usar táxi acessível agendam a corrida até um dia antes para não ficarem na mão.

A analista de sistemas Sandra Maciel, 64, vice-presidente de uma ONG voltada para deficientes visuais, não consegue usar outro tipo de veículo, por causa da má formação óssea congênita que fragiliza seu corpo. “A rotina é ficar esperando”, diz ela.

O problema já foi constatado pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida há cerca de um ano, segundo o chefe da pasta, Marcos Belizário.

Para ele, todos –taxistas e usuários– têm razão. Ele defende que se faça um novo sorteio de alvarás, com novas regras, atendendo a algumas das demandas dos taxistas, como criação de pontos em locais estratégicos, como hospitais e clínicas de reabilitação e subsídio inicial.

Segundo ele, a proposta já foi levada à Secretaria Municipal dos Transportes, responsável pelas mudanças.

A pasta dos Transportes afirma que os pontos específicos para táxis acessíveis estão em estudo, mas descarta dar subsídio –na semana passada houve uma primeira reunião com a categoria.

A secretaria não comentou a falta de adesão ao projeto.

A Secretaria de Estado da Fazenda disse que os taxistas voltaram a pagar o IPVA porque, na hora da adaptação, a empresa que fez o serviço classificou o veículo indevidamente como “misto”, submetendo-o ao imposto.

Motoristas que tiveram esse problema podem pedir a isenção, que passará a valer para o exercício seguinte.

Veja os telefones dos dez taxistas autônomos que atuam com veículos acessíveis:

Adilson: 0/XX/11/9333-9593
Alexandre Costa: 0/XX/11/7851-0000
Alexandre Dias: 0/XX/11/8171-1192
Elmo: 0/XX/11/9328-6750
Arle: 0/XX/11/6560-2675 ou 0/XX/11/9810-2808
João: 0/XX/11/7832-1366 ou 0/XX/11/9733-3374
Jorge: 0/XX/11/6740-0916 ou 0/XX/11/7653-5684 ou 0/XX/11/8568-7136 ou (www.taxiacessivel.com)
Noé: 0/XX/11/8459-5027 ou 0/XX/11/8081-0701
Paulo: 0/XX/11/8343-7998 ou 0/XX/11/9176-3555
Rodnei: 0/XX/11/7086-8725
Há também 16 táxis na central da Alô Táxi: 0/XX/11/3229-7688 ou www.taxiacessivel.com.br

Fonte: www1.folha.uol.com.br/cotidiano

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