Células-tronco transformam ratos machucados em ‘super-heróis’, diz estudo
Transplante causou crescimento de 170% nos músculos dos receptores, e ganho se manteve por toda a vida
10 de novembro de 2010 | 18h 05
REUTERS – REUTERS
A injeção de células-tronco em camundongos machucados fez com que seus músculos atingissem o dobro do tamanho original em questão de poucos dias, criando roedores poderosos com músculos grandes e fortes que duraram o resto de suas vidas, informam pesquisadores americanos.
Se o mesmo valer para seres humanos, a descoberta poderá levar a tratamentos para doenças que causam deterioração muscular, como distrofia.
Ela poderá até mesmo ajudar as pessoas a combater a erosão natural dos músculos que vem com o envelhecimento, disseram os autores do estudo, em artigo publicado na revista Science Translational Medicine.
“Este foi um resultado muito interessante e inesperado”, disse um dos autores, Bradley Olwin, da Universidade do Colorado em Boulder.
“Descobrimos que células-tronco transplantadas são alteradas de modo permanente e reduzem o envelhecimento do músculo transplantado, mantendo força e massa”.
A equipe de Olwin fez o experimento em camundongos jovens com ferimentos nas pernas, injetando neles células-tronco musculares extraídas de camundongos doadores.
Células-tronco têm a propriedade de renovar-se constantemente, formando outras células especializadas.
Essas células não apenas repararam os ferimentos, como fizeram o músculo tratado crescer 170%.
os cientistas acharam que a mudança seria temporária, mas ela durou por toda a vida dos animais, de cerca de dois anos.
“Quando os músculos foram examinados dois anos depois, descobrimos que o procedimento havia mudado de forma permanente as células transplantadas, tornando-as resistentes ao processo de envelhecimento do músculo”, disse ele.
Olwin e colegas disseram que a injeção das células em músculos saudáveis não gerou o mesmo efeito, o que sugere que há algo importante na associação das células-tronco com o ferimento que desencadeia o crescimento.
As descobertas encorajam estudos em humanos, mas Olwin lembra que o resultado espetacular foi obtido em camundongos, não em pessoas.
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