Sinvastatina reverte destruição muscular causada pela DMD

Resultados de estudo científico em ratos distróficos mdx realizado por pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, demonstraram que a sinvastatina, uma droga barata e comum indicada para a redução de colesterol, proporcionou melhoras substanciais na função e saúde musculares quando administrada a curto e longo prazos, e em diferentes fases da Distrofia Muscular de Duchenne (DMD).

A sinvastatina forneceu proteção significativa contra danos musculares, o que foi constatado através de reduções drásticas no plasma da creatina quinase, na inflamação, na fibrose e no estresse oxidativo. Também houve aumento de 40% na força do músculo tibial anterior do rato distrófico.

Além disso, conforme os pesquisadores, ficou demonstrado que o restabelecimento da proteína distrofina não é essencial para proporcionar uma melhora substancial na saúde e vigor musculares, pois o medicamento não aumentou a expressão do homólogo da distrofina, a utrofina, ou outras proteínas

Segundo o estudo, o aumento da força muscular foi comparável ao proporcionado pela terapia genética com mini-distrofina ou ao proporcionado pelo tratamento de salto de éxon com oligonucleótido sem-sentido.

Consta também no trabalho que a fibrose muscular na DMD começa já no início da doença, por volta de 1 a 2 anos de idade, geralmente vários anos antes do primeiro diagnóstico da patologia. Portanto, desde cedo, 15% do músculo no portador de Duchenne é substituído por tecido conjuntivo em comparação com 3% nos meninos saudáveis. Essa porcentagem aumenta para 30% nas idades de 7 a 10 anos.

Nos ratos mdx com idade de 12 meses, utilizados no estudo, o músculo diafragma estava severamente afetado por fibrose e grande perda de força. A sinvastatina reverteu essa fibrose em 50%, e isto foi acompanhado por um aumento significativo de 20% a 30% na produção de força do diafragma.

Esses resultados, de acordo com os cientistas, levantam uma importante questão sobre se essa reversão da fibrose também poderia criar um ambiente propício para uma regeneração muscular capaz de repovoar os músculos com novas fibras musculares.

O texto ainda menciona que recentemente vários estudos científicos randomizados e controlados com placebo mostraram que a incidência de reações adversas musculares relacionadas com a estatina – principal substância da sinvastatina – foi quase idêntica para os pacientes tratados com a substância e os tratados com placebo. Esses dados, então, indicariam que a incidência geral de queixas musculares (dores, fraqueza, etc.) induzidas pela estatina é muito rara.

Fonte: “Simvastatin offers new prospects for the treatment of Duchenne muscular dystrophy”, Nicholas P. Whitehead, Min Jeong Kim, Kenneth L. Bible, Marvin E. Adams e Stanley C. Froehner.

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