Células-tronco podem ajudar a tratar distrofia muscular

Cientistas da USP conseguiram transformar células-tronco presentes na gordura em células musculares humanas. O experimento foi feito no corpo de camundongos.

jornalnacional.globo.com

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) fizeram novas descobertas sobre o poder das células-tronco. Testes em laboratório tiveram resultados surpreendentes em relação à distrofia muscular.

A matéria-prima da descoberta veio daqueles pneuzinhos indesejados e eliminados com lipoaspiração em clínicas de cirurgia plástica. A gordurinha posta de lado virou material de pesquisa nas mãos destas cientistas. Material rico em células-tronco adultas, que têm a função de fazer pequenos reparos em determinadas partes do corpo.

Estas são capazes de se transformar em células ósseas, de cartilagens e também em células musculares. Mas o mecanismo que dispara a ordem de transformação destas células dentro do corpo ainda é desconhecido.

Depois de quase um ano de tentativas, os cientistas conseguiram transformar as células-tronco da gordura em células musculares humanas no corpo dos camundongos. E junto com elas, veio também um resultado impressionante.

Os camundongos tinham distrofia muscular, uma doença genética grave que afeta a força dos músculos aos poucos e que ainda não tem cura. Pois veja o que aconteceu: um camundongo não recebeu células-tronco. Por causa da distrofia muscular, ele não consegue se segurar no arame e cai.

Já o camundongo que recebeu as células-tronco de gordura parece que terá o mesmo destino. Mas, de repente, ele reage e se agarra com firmeza ao arame. As células de gordura viraram músculos que funcionam.

Para Mayana Zatz, coordenadora da pesquisa, a descoberta é um passo importante na direção do tratamento da distrofia muscular. “A chave é a gente descobrir e poder controlar totalmente esse processo. Só aí é que a gente vai ficar seguro de injetar. Eu acho que se essas experiências que estamos testando agora derem certo, a gente pode pensar talvez em 2 ou 3 anos começar ensaios clínicos em pessoas”, acredita Zatz, do Centro de Estudos do Genoma da USP.

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